Ao longo de 21 anos trabalhando com consultoria empresarial, tenho prestado serviços para muitas organizações interessadas na certificação de seus sistemas de gestão em padrões ISO.
Também, ao longo de todo este tempo, tenho visto organizações que prosperam de forma organizada e controlada, garantindo a continuidade de seus negócios planejadamente, para não serem pegas de surpresa em eventuais situações de risco que fujam de seus controles. Infelizmente, não são a maioria.
A busca pela Certificação em Normas ISO é hoje uma demanda do mercado e dos clientes, e contribui expressivamente para o aumento da competividade das organizações. Por isso, o empenho inicial para essa conquista é incentivado pela alta direção que atua fortemente no sentido de que todos se comprometam em busca do grande troféu: o CERTIFICADO.
A partir daí, da conquista do “CERTIFICADO”, começamos ver a diferença entre uma empresa de sucesso e uma empresa que gerencia problemas.
Aqueles que entenderam a importância de desenvolver, implantar e melhorar continuamente seus sistemas de gestão, constroem alicerces sólidos para a sustentabilidade dos negócios. Já os que tem apenas o hábito de “fazer faxina na casa” às vésperas de receber auditores para manter sua certificação, vivem rotinas turbulentas em suas empresas, com índices de desempenho muito aquém dos praticados pelos seus concorrentes.
Um bom exemplo desta realidade é o atual momento de pandemia que gerou um estado de calamidade pública mundial, desestruturando governos e grandes Nações: em boa parte do planeta, ainda é muito baixo o índice de organizações – públicas e privadas – preparadas para sobreviver a uma crise como esta.
Que tal aproveitar para fazer uma breve análise de sua organização, neste momento, respondendo a estas perguntas: a) seu mapeamento e gestão de riscos estão atualizados, com planos de mitigação e contingência continuamente sendo monitorados, analisados e revisados para atender mudanças sempre que necessárias; b) a gestão de KPIs – Indicadores Chave de Desempenho, possibilita o monitoramento contínuo do alcance de seus objetivos e do desempenho geral da organização; c) a gestão dos recursos – pessoas, infraestrutura, financeiros e outros -, está preparada para assegurar a continuidade do negócio?
Porém, o mais importante agora é a questão do tratamento de riscos: poderíamos ter tratado antecipadamente muitos aspectos da pandemia que hoje nos impacta em níveis altíssimos? Possivelmente, alguns aspectos sim e outros não… Temos a Coréia do Sul como exemplo de país sem sobrecarga na saúde, em meio ao caos mundial que nos acomete.
Em tempos de calamidade pública, temos uma excelente oportunidade para refletir e fica o recado: Gestão de Riscos, sempre.